Heitor Silva: Qual seu nome civil?
Heitor Silva: pode falar?

Pietra Marina: posso Tathy Morselli

Heitor Silva: [Lindo nome!]
Heitor Silva: Idade?

Pietra Marina: 29

Heitor Silva: Conte-me um pouco de sua Historia...
Heitor Silva: alias nos conte...

Pietra Marina: [risos] Bom, sou paulista do ABC filha mais velha na cidade onde eu nasci e ainda moro. Cresci numa família de rosa-cruzes e espíritas e, desde pequena, fui exposta às diversas formas de explorar a espiritualidade, quer dize, desde pequena eu fui a centro espírita, templo rosa-cruz. e a gente sempre pode perguntar coisas.

Heitor Silva: E sobre os Seus Pais? O que pode nos contar sobre eles?

Pietra Marina: meus pais são professores universitários, cristãos, rosa-cruzes
E meu pai é quem me orienta nas tradições da familiar, o lance é que quando eu tinha 16 anos e quis saber mais de bruxaria, e eles não interferiram, quer dizer, meu pai viu o que eu vinha fazendo, lendo e me incentivou. E as coisas foram indo!

Heitor Silva: Agora vamos mais a fundo... No seu caso, você é Bruxa Hereditária?

Pietra Marina: acho que dá pra dizer que sim, meus pais não são pagãos, mas existe na casa do meu pai um veio mágicko de curas e de tratamentos e de cuidados do clã, é que essa palavra nunca foi usada em casa, entende?

Heitor Silva: O que você pode disser por Clã? No sentido de sua família?

Pietra Marina: é a casa, mesmo nosso estar junto defender quem é parte do nosso sangue. Ou curar quem é do nosso sangue.

Heitor Silva: Porque você utiliza a palavra magicka em vez de mágica? Existe essa diferença na 'magia'?

Pietra Marina: Então eu namoro um Thelemita ha oito anos e aprendi que pra elas [as diferenças] existe e fez sentido pra mim, magick é diferente de Magic e isso é coisa de gente que tem inglês como segunda língua, quer dizer em português pode ser que isso passe meio em branco, porque temos magia. Mas em inglês é Magic = truque ou magia. Então com esse K é uma coisa etérea. No fundo, isso tudo é mais lingüístico e conceitual do que qualquer outra coisa.

Heitor Silva: O que você pode disser por "VELHA RELIGIÃO"?

Pietra Marina: Espiritualidade dos antigos, dos nossos ancestrais? Eu não uso muito esse termo, sabe? Mesmo porque eu tenho um sentimento que Bruxaria é muito mais uma espiritualidade do que uma religião, pelo menos no meu caso, que é bem menos sistematizado.

Heitor Silva: Qual vertente da Tradição da Deusa, você segue?

Pietra Marina: Bom eu sigo a Bruxaria Italiana Stregheria, Stregoneria. Embora eu goste mais de Stregoneria italiano no duro para Bruxaria. É um lance com algumas especificidades, sabe?

Heitor Silva: Existe diferença? Ambas não é Bruxaria Italiana?

Pietra Marina: então depende.

Heitor Silva: Do que?

Pietra Marina: Dos praticantes, tem quem diga Stregheria para tudo e ok, de novo, de conceito sobre palavra, tem praticantes que usam Stregheria para práticas mais modernas, como a do Raven Grimassi e da tradição aridiana dele, que alias gera toda uma discussão sobre a origem das palavras, pois o Grimassi diz que Stregoneria é usado de forma pejorativa, mas os mais tradicionais não ligam. Stregheria é encontrado em um dicionário, quase como uma palavra de dialeto. E Stregoneria é mainstream.

Heitor Silva: Então Grimassi tem uma grande influencia sobre você?

Pietra Marina: tem numa questão histórica, mas não de prática. Quando eu estive nos EUA em 2000, conheci melhor algumas obras dele e acabei trazendo os livros Wiccan Magick e o Italian Witchcraft e o Hereditary Witchcraft e fiz na volta, apostilas baseadas no Italian Witchcraft porque era um material que não tinha no Brasil e logo traduziram o Hereditary [e ter contato com isso tudo, me colocou mais dentro, dessa coisa pagã ítala – Comenta Pietra.].

Heitor Silva: é mais fácil ser Wicca ou Stregha no Brasil?

Pietra Marina: Strega! De longe e não por material. Ha coisa toda, mas pelas pessoas que encontramos e que dividem coisas, é quase como se existisse uma confraria, sabe.
Pietra Marina: de como as pessoas olham e dizem nossa, na minha família também tem isso ou minha avó fazia isso ou aquilo
Pietra Marina: eu dei uma palestra sobre mal olhado que aprendi pelo menos mais umas 3 receitas que eu não conhecia, porque as pessoas dividem isso nesses encontros. Na verdade também, eu não sei dizer é ruim ou não ser wiccano no Brasil, mas eu não acho que existe uma conspiração pró inquisição moderna para pegar as bruxas, sabe?

Heitor Silva: Ate gostaria de Comentar isso.
Heitor Silva: você já foi wicca ou posse dizer que se sentiu wicca?

Pietra Marina: ah, sim no começo de tudo, quando eu tinha 16 anos em 1998
Pietra Marina: mas era aquela coisa...

Heitor Silva: Pode explicar?

Pietra Marina: sabe, eu era adolescente, achava que tudo era Wicca e por ai vai, um wiccano pra valer ia ficar com vergonha [risos] eu comecei quando as coisas não eram tão publicadas, então eu vi os sites sobre Wicca fora do Brasil e achava que estava fazendo Wicca.

Heitor Silva: Como é chamado o grupo de pessoas que estuda Stregheria ou stregoneria? Ex: na Wica é coven.

Pietra Marina: Depende, pode ser: congrega, clã, famiglia, bosquetto, o Raven Grimassi chama de Bosquetto. Eu faço parte de uma famiglia, mas tem gente que é adotada, por exemplo: e ai podem ser parte de um clã ou uma congrega.

Heitor Silva: E Charles Leland, como te influenciou?

Pietra Marina: como pesquisa, como um livro a ser consultado não sou discípula de Aradia, eu penso que Aradia tem muito a ver com um espírito de hereditariedade. Uma coisa muito mais espiritual do que uma messias bruxa, sabe!
Ah, sim eu amo o feitiço do limão que tem no livro do Leland [risos]

Heitor Silva: Pode citalo pra nos?

Pietra Marina: O limão pode ser um presente ou uma maldição, um afastamento um banimento, se preferir. Você pega um limão e se quiser que seja um presente, coloca dentro dele, o nome da pessoa que deseja presentear e o que gostaria para ela então, junta as metades com alfinetes coloridos.
Pietra Marina: se for um banimento você faz a mesma coisa nome da pessoa e junta às metades com alfinetes pretos ou escuros, e tem a minha adaptação: eu coloco no freezer para afastar ou congelar pensamentos negativos de alguém - funciona!
Heitor Silva: então se for amaldiçoar a pessoa, você coloca o nome, as coisas que você gostaria que acontece-se a ela, e junta às partes e coloca os alfinetes negros?
Pietra Marina: não que você quer que aconteça só o nome o resto fica por conta de Nêmeses. O que não quer dizer, que não tem quem o faça, saca? Mas eu acho que os Deuses podem ser criativos hahahahahahahaha [risada Stregha]

Heitor Silva: Existe algum livro que você ache que é ou fale muito sobre a Tradição italiana de Bruxaria?

Pietra Marina: bom, os livros do Raven Grimassi falam sobre, mas o lance é pensar que não é a única coisa . Porque Bruxaria Italiana é uma coisa tão ampla, que vão além do paganismo algumas streghe é cristão, porque o tempo foi passando e as coisas foram ganhando novas roupagens enfim... Hoje temos coisas em meios digitais muito boas. Mas também temos, por exemplo, alguns livros em italiano do sacerdote Dragon Rouge, que tem uma tradição de Stregoneria na Itália e de resto, eu acho que os melhores recursos estão
Nos livros de História e Antropologia, sabe?

Heitor Silva: A historia "usual" nos fala sobre Charles ser o pai da Bruxaria Italiana, assim como Gerald o Pai da Bruxaria moderna... E Charles onde entra como Figura na bruxaria italiana?

Pietra Marina: pois é, e dizem até que o Gardner pegou coisas da Bruxaria Italiana. Então o Leland é um folclorista, não um místico, muitos estudiosos dizem que o que ele fez é a maior furada. O lance é que ele foi à Itália, juntou alguns relatos [Comentário de Heitor: ha gosto dele. heheh] colocou um nome chiquetoso e vendeu uma teoria, quer dizer, quando você pensa em Stregheria hoje, não tem como não passar por ele, mas eu acho que tem de ter muito critério, sabe? Não dá pra comprar a coisa 100%, eu tenho outros teóricos que eu gosto mtmtmtmtmt mais.

Heitor Silva: O que você acha de Aradia: gospel of the witches.

Pietra Marina: exatamente que eu escrevi: tem que ler com muito critério, ninguém tem muita certeza do quão fidedignas, são as informações.

Heitor Silva: Então em porcentagens... Quanto você daria de Veracidade a essa edição?

Pietra Marina: não sei dizer não estava lá e não sou da área de Antropologia mas, em termos de prática, eu não uso 20%. De novo, eu tenho algumas outras idéias que vem de outros movimentos de outros estudos de outros teóricos o mundo é tão grandão!

Heitor Silva: e os lares onde entram?

Pietra Marina: são Deuses, deidades romanas, parte do cortejo de Vesta que mantém o lar e na Roma tribal, os espíritos de seus ancestrais.

Heitor Silva: Você contata eles?

Pietra Marina: ah, sim tem um cantinho especial e num dos ritos do ano, uma parte é totalmente à família.

Heitor Silva: conta Charles sobre uma Deusa... Laverna... O que sabe e o que pode falar sobre ela?
[(não possuo o livro gospel of the witches.)]

Pietra Marina: Laverna é uma deusa interessante, ela é uma deusa romana, e ela é uma mistura de Hermes e Diana na verdade, ela é uma Deusa marginal uma coisa trickster, sabe, ela enrola todo mundo e faz as coisas do jeito dela, como Hermes!.

Heitor Silva: Confiável?

Pietra Marina: Ela? [risos], no nosso blog, o Stregheria Prática fizemos uma tradução de um escrito da artista plástica Thalia Took sobre ela, é curtinho, mas certeiro, Laverna é um jogo de sorte na Praça da Sé.

Heitor Silva: A bruxaria italina inicia pessoas, assim como a Bruxaria Tradicional?

Pietra Marina: também mas os ritos modificam, tem famiglia que considera o nascer naquele seio já é a iniciação.

Heitor Silva: No seu caso, como você seria iniciada ou você acredita que não precisa disso?

Pietra Marina: na minha famiglia, eu fui iniciada pelo meu pai por que
A partir do momento que eu fui oficialmente dada como portadora das tradições da famiglia
Algumas coisas outras foram abertas pra mim.

Heitor Silva: Então a sua FAMIGLIA tem um pouco de Stregheria ou Streghria?

Pietra Marina: minha família é toda italiana e entre as pessoas daqui, existem tradições mágickas não pagãs mágickas.

Heitor Silva: Como foi sua criação?

Pietra Marina: normal, eu acho, eu fui batizada, porque meus avós quiseram. Mas eu nunca fiz as outras coisas. Porque não quis, meus pais são rosa-cruzes ou seja, eles acreditam que cada qual tem direito de perseguir sua espiritualidade como quiser.

Heitor Silva: O que você poderia falar pra nos sobre o Clã Umbrea?

Pietra Marina: não muito, trata-se de uma tradição aridiana e que, aparentemente é bem atuante na BI.

Heitor Silva: O que seria Bl.

Pietra Marina: Bruxaria Italiana.

Heitor Silva: A Bruxaria Italiana é rica Tradição popular correto? Na Itália é fácil encontrar objetos mágicos como a cimaruta?

Pietra: dependendo da região é sim! Porque têm lugares que o popular é o olho em outro, sereias em outro, trinacritas e por ai vai.

Heitor Silva: você já foi à Itália?

Pietra: infelizmente, não

Heitor Silva: Bom como nossa última pergunta nessa entrevista nos conte - Segundo Grimassi em seu Livro Hereditary Witchcraft, ele nos conta que a Verbena é uma Erva sagrada... O que ela tem de tão especial que a faz ser assim? Por gentileza nos explique...

Pietra: ha verbena além de ser uma planta liiiiiiiiinda, ela era usada como uma planta de oferenda e de ornamentação dos altares de Júpiter. O lance é que a beleza da cor e da forma tem a ver com o distrair quem nos quer mal.

Quem quiser Falar com a Pietra, ela é editora no site Tribos de Gaia – http://www.tribosdegaia.org/, ela também esta no site http://www.stregoneriabr.com/ o email da Pietra é dichiaroluna@yahoo.com

Gente né isso, deixem comentarios, comentarios são muito importantes, tanto pra quem escreve quando pra quem faz podcast - se vocês não comentam, não lançarei o meu PODCAST. então é isso... o Xamã agora vai voltar pro seu mundo!
Até a Próxima!

Viva e Deixe viver – Lema da Casa das Sibilas.

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Um pouco sobre - Pietra di Chiaro Luna[ Por ela! ]
Eu sou Pietra di Chiaro Luna e sou uma strega, uma entre os diversos streghe e stregoni de nosso enorme país.
Estudo e pratico Bruxaria desde 1996 e a partir de 2000 me dedico exclusivamente aos estudos e práticas de nossa Mamma Itália, principalmente de sua antigüidade pagã. Trilho caminhos de honra aos meus ancestrais e seus antigos Deuses, com suas tradições e crenças.
Sou pedagoga de formação. Coordeno listas de discussão, uma comunidade no Orkut e participo de sites como colunista e dou palestras e cursos em espaços esotéricos. Também sou apaixonada por oráculos, principalmente o tarô, cultura cigana, Yoga e dança do ventre.
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