Bruxaria Tradicional Para Iniciantes

Na mais absoluta realidade, os bruxos ‘não wiccanos’, tradicionais só saíram do armário depois de Gardner, antes disso não precisaram levantar qualquer bandeira para chamar a atenção sobre si. Neste aspecto, Gardner foi fundamental, assim como havia sido Crowley, um âmbito mais amplo, social, mais do que religioso ou mágico. Bruxos nunca estiveram ligados a movimentos separatistas, quando passaram a se unir sob o rótulo “Bruxaria Tradicional” tiveram o propósito único de não deixar certas práticas regionais – culturais - morrerem. ‘Bruxos’ nunca se uniram para cair na armadilha de ‘destruir a oposição’, que faz nada mais do que afirmar seus valores.

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13 de abril de 2011

O Rei das Feiticeiras

Alex Sanders (1926 – 1988). Nasceu em St. Birkenhead, Liverpul. Foi o mais velho de seis irmãos. Na sua infância foi portador da tuberculose, os seus pais enviaram-no para o País de Gales, para a casa da sua avó, em busca de ar fresco. E foi ela quem o iniciou na bruxaria.
Alex Sandrs foi uma estrela das televisões no Reino Unido, e ele próprio se intitulou ser: “O Rei dos Feiticeiros”.
À primeira vista, as suas feições esqueléticas com os seus impenetráveis óculos escuros, davam a impressão de uma personagem extremamente sinistra. Por cima da testa alta, o cabelo castanho era escovado para a frente, à maneira de Nero, enquanto o resto da sua figura, excepto as mãos, estavam em volta numa capa de veludo azul real, realçada pelo brilho de um galão dourado nos ombros e por uma lua crescente sobre o peito esquerdo. As mãos tinham dedos compridos e os anéis que ele usava pareciam demasiado pesados. Era esta a maneira que ele gostava de se exibir, mas ao tirar os óculos numa segunda olhadela, Alex Sanders parecia tudo menos sinistro. Os melancólicos olhos castanhos e os molares subtilmente modelados, davam-lhe uma aparência inteiramente frágil e vulnerável, impressão que aumentava quando ele falava na sua voz suave de Lencashire.
“Eu sou o Rei dos Feiticeiros”, dizia ele num tom baixo, mas convencido, a qualquer jornalista que entrevista-se, “porque foi eleito por membros de mais de uma centena de grupos em Inglaterra e sou reconhecido pela maioria dos grupos como uma autoridade na feitiçaria”.
Segundo Alex, o último homem a intitular-se Rei dos Feiticeiros, foi Owain, o chefe medieval galês. A avó materna de Alex, uma tal Srª Bibby, fez pesquisas e descobriu que era uma descendente directa de Glyn Dwr; foi por ela que Alex iniciou os primeiros passos da feitiçaria.
“Uma noite em 1933, quando eu tinha sete anos, fui mandado a casa da minha avó para lanchar”, recorda ele. “Por qualquer razão, não bati à porta, quando entrei deparei com a minha avó, nua com o seu cabelo cinzento caído até à cintura, de pé, num círculo desenhado no chão da cozinha. Rodeavam-na alguns estranhos objectos, espadas, navalhas de cabo preto, uma faca em forma de focinha e várias tigelas de bronze espalhadas pelo chão; sobre o grande aparador galês que estava encostado à parede, encontravam-se outros estranhos objectos”. Por um instante a avó de Alex não pareceu satisfeita em vê-lo. Readquirindo a sua compostura, ordenou-lhe que entrasse no círculo e se despisse. Tremendo de medo ele assim fez. A avó ordenou-lhe que se dobrasse com a cabeça entre as coxas nuas. Depois, pegando na faca em forma de focinha, cortou ligeiramente o seu escroto. “Agora és um dos nossos”, disse ela, e Alex percebeu de repente que a sua avó era uma feiticeira.
Gradualmente, o seu medo foi desaparecendo e começou a visitar a casa dela regularmente. Ela ensinou-lhe a desenvolver os poderes da clarividência, a lançar maldições simples, a estudar e a aprender. Mas ela também o obrigou a jurar segredo; nem mesmo a sua mãe, filha da Srª Bibby, devia saber as técnicas que ele estava a aprender. “No meu décimo aniversário”, recorda Alex, “a minha avó cumpriu uma antiga promessa de me levar a Londres. Depois de me mostrar a cidade, apresentou-me a um homem que se chamava Srº Alexander”, e deixou-me com ele numa pequena pensão, onde ele me contou que era um mestre mágico e executou um ritual ao qual ele chamava “O rito de Horus”. Só quando fiz dezasseis anos é que percebi que o “Srº Alexander” era, de facto, Aleister Crowley”. Hoje, Alex trás uma recordação daquela estranha cerimónia no segundo dedo da sua mão esquerda. É um sinete de prata primorosamente gravado num anel que Crowley deu à Srª Bibby para ser confiado a Alex e que tinha pertencido ao mágico francês do século XIX, Eliphas Lévi.

A Srª Bibby morreu em 1942 e, seguindo as instruções que ela lhe dera, Alex queimou a cópia que ela possuía do “Livro das Sombras”, documento que, diz ele, é copiado por todo o feiticeiro pela sua própria mão e que deve ser destruído quando o seu proprietário morre. Felizmente, ele pôde conservar alguns dos seus “instrumentos de trabalho”, o “athame”, ou faca de cabo preto, a espada e vários outros artigos do equipamento. Antes de morrer, a avó de Alex iniciou-o até ao terceiro grau”, o qual incluiu a prática de relações sexuais com ela. Após a Segunda Guerra Mundial, encontrando-se isolado devido ao seu conhecimento do oculto que ela lhe ensinara, decidiu utilizar os seus poderes para obter dinheiro e satisfação sexual através da feitiçaria.
“Fiz um tremendo erro em usar a magia negra numa tentativa para obter riqueza e sucesso sexual”, diz ele. “Funcionou bem, passeava por Manchester quando fui abordado por um casal de meia-idade que me disse que eu era a cópia fiel do seu único filho que tinha morrido alguns anos antes. Levaram-me para casa, deram-me de comer e vestir e trataram-me como se fosse da família. Eram extremamente ricos e, em 1952, quando lhes pedi uma casa para mim, com uma mesada para a sustentar, ficaram muito felizes por me satisfazerem os meus desejos. Dei festas, comprei roupas caras, fui sexualmente desordenado, mas só passado algum tempo compreendi que tinha uma terrível dívida a pagar”.
A dívida foi pavorosa e pessoal. Vários membros da família Sanders morreram com cancro e finalmente uma das amantes de Alex, uma rapariga de quem ele gostava particularmente, suicidou-se. Alex considerou-se culpado. “Sinto-me envergonhado por ter atraiçoado os ensinamentos da minha avó”, recorda ele. “Levou-me muito tempo a pagar a minha culpa e a purificar-me através de cerimónias mágicas”. Uma vez convencido de que a sua vida passada ficara para trás e que a sua verdadeira vocação era ensinar aos outros a crença da sua avó, Alex pôs-se a trabalhar na iniciação de futuros feiticeiros na sua casa em Manchester. Nessa altura encontrava-se sozinho, tendo chegado ao fim de dois anteriores casamentos. No decurso dos seus ensinamentos, conheceu uma rapariga chamada Maxime Morris com quem casou, que se tornou Sumo Sacerdotisa, e que teve uma filha chamada, Maya.
Em 1967, deixaram Manchester e estabeleceram-se em Londres, sendo aí num apartamento em Notting Hill Gate, que viveram e trabalharam. Todas as terças e quintas-feiras, Alex organizava encontros para instruir novos feiticeiros, enquanto as noites de sábado eram consagradas aos encontros dos grupos e a iniciações. Ele afirmava que entre os discípulos da sua doutrina, se encontravam padres ortodoxos, médicos, estudantes de teologia, professores e jornalistas. Desde que chegou a Londres, iniciou trinta e oito feiticeiras, todas mulheres, pois fazia parte da crença feiticeira, pois julgava-se que só um membro do sexo masculino podia iniciar uma candidata feminina; os futuros feiticeiros eram iniciados por Maxime, a Sumo-sacerdotisa. Os seus ensinamentos, afirmava ele, não eram incompatíveis com o Cristianismo, desde que os estudantes se lembrassem que “todas as religiões monoteístas adoram um só Deus”.

Como a maioria dos feiticeiros, ele acreditava na reencarnação e organizava cerimónias em honra das quatro estações, dos equinócios e dos solstícios, praticando também pequenos cerimoniais pessoais de adoração. Ao nascer do sol e ao pôr-do-sol.

Igualmente, tal como os outros feiticeiros, os seus adeptos participavam nos seus encontros todos nus, embora Alex usa-se uma túnica para se colocar à parte como Sumo-sacerdote; ele dizia que isso era de acordo com a lei da feitiçaria. Apesar das suas iniciais extravagantes da magia negra, sempre viveu como um vulgar homem. Os únicos aspectos sexuais dos seus rituais ocorriam durante o “Grande Rito”, cerimónia de iniciação de terceiro grau, quando o iniciado era submetido à prova de relações sexuais, e nos “casamentos de feiticeiros”. A celebração dos “casamentos de feiticeiros” consiste nos dois companheiros estarem estendidos juntos no meio do círculo, enquanto os outros membros os rodeiam, voltados para fora. Depois, do Sumo-sacerdote ter efectuado os encantamentos, o casal é deixado só para consumar a sua união. Logo após, eles chamam o resto do grupo para a sala, para uma cerimónia informal de bolos e vinho.
Após ter sido denunciado pelos jornais londrinos de escândalos e de orgias, tudo isso ainda mais contribuiu para a sua propaganda, como o maior dos feiticeiros e para o projectar no topo.
Em 1959, publicou um livro sobre a sua vida intitulado “King of the Witches” , que se tornou um sucesso. Até chegou a fazer um filme intitulado “Legendo of the Witches”, que apresentava as suas actividades no mundo da feitiçaria. A película conseguiu arrastar multidões para a sua exibição.
Em 1988, morreu Alex Sanders, nunca nenhum outro feiticeiro gozou de tanta fama e popularidade como ele, desde do tempo de Aleister Crowley.
~ KIBER SITHERC [Novembro de 2009]

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