Era necessário isso, eu precisava voltar à casa de minha mãe. Rever o que seria minha loja ou Casa. Minha mãe continua a mesma, mora com meu irmão, meu pai, seu lobo e suas plantas.
Ate gostaria de morar com minha mãe novamente, mais talvez isso seja o que chamamos de “Quebrar a Tradição” quando um filho sai de casa em nossa família, não se pode voltar. O mundo pode ser o mais complicado, o mais difícil e pesado. O mundo pode doer na pele ou na alma, o sol pode queimar o quanto for. Um filho não pode voltar pra casa de sua mãe a não ser para visitas ou para uma temporada ‘não que exista leis em nossa família, no caso leis escritas que fale sobre isso’ eu sai de casa muito sedo, assim como minha mãe, a mãe de sua mãe e toda nossa linhagem até Eduarda que veio do oriente médio ate o nordeste do nosso Brasil onde se casou com um português que deu um segundo nome para nós, esquecendo então todas as peculiaridades do bonito país conhecido como Egito. Nossa família hoje é ate uma família comum, mais de uma forma sublinear e meio que inconsciente nossos tios e tias, avós e avôs sempre nos ensinam algo. Recentemente fiz uma visita a minha madrinha de batismo por parte católico, durante as varias horas de conversa ela me contou que antigamente quando um pai ou mãe amaldiçoava um filho, apenas o padrinho ou a madrinha poderia dar o perdão. Quando cheguei em casa, fiquei pensando ‘o amor superado pela raiva se torna ódio, ódio em forma de palavras se torna maldição’. Como um filho conseguiria um perdão de um pai que se foi. Acho que minha mente se iluminou e de certa forma descobri.
“quando odiamos alguém, é porque temos vontade de nos vingar. Perdoar é limpar a mente dos desejos de vingança. O perdão não é para o bem do próximo mais, para nosso próprio bem.”
Se os padrinhos são os mais “próximo” depois da mãe e do pai. Ele deve sim ter compaixão do seu afilhado - órfão em parte. Não pelo afilhado mais por ele. Essas questões nãos são mais pensadas pelas pessoas “nem mesmo as da minha família”, pois o mundo mudou, as pessoas mudaram. Hoje nas famílias, quem tem a palavra é o mais novo não o mais velho. O mais novo sempre enfrenta o mais velho, talvez tenhamos aprendido isso com os animais, só que com os animais é diferente; quando o mais novo se torna líder do bando, ele deve alimentar todos. Entre nós quando o mais novo enfrenta o mais velho, o mais velho continua alimentando o mais novo, o mundo se tonou uma bagunça.

como parte do que contei, e

pra ilustrar de certa forma.

Gostaria de Agradecer e homenagear minha bisavó Isabel, por ter colocado no mundo três pessoas que amo muito, amo de uma forma que não existe palavras ou uma linguagem valida pra expressar; Minha avó que sem ela eu não seria a pessoa que sou, e que me ensinou muito sobre minha família, tradição e peculiaridades - e que tem uma alma tão grande que soube quando eu estive com fome e sede.
Minha madrinha que sempre quis meu bem, embora eu sempre distante, que sempre orou por mim e que já chorou por mim em minha presença ou por telefone [te amo].
E minha mãe, que SEMPRE foi minha mãe embora eu nem sempre tenha sido seu filho, que morre de ciúmes de mim e sem ela eu não teria chão.

F.Silva ou Ishiaro.
Porto Velho. 6 de setembro de 2009